Janduí Macedo

Janduí Macedo
janduisilva@hotmail.com

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

5ª POSTAGEM
Conheci o Professor Germano Machado – Editor, professor, dono da CEPA – Editora do Estudo Pensamento e Ação. Ele gostou do que eu escrevia. Vim de Feira de Santana/Bahia, para encontrá-lo em Salvador. Eu era casada e tinha uma filha, estava já com 27 anos, (isso explica como algo pode demorar tanto para acontecer, e por que muitos desistem antes de conseguir), lembram comecei minha luta aos 16 anos.

Foi através de minha irmã Vera Lúcia, que a apresentação foi feita, comentando com Gê Barbosa, escritor e cliente da loja onde ela trabalhava. Ele me apresentou ao Professor, que editava seus livros.
Veio o convite do Germano Machado, para ficar em Salvador e aprender em sua Editora, todo o processo editorial de um livro, para depois ir para a filial da mesma que ficava em Seatlle, localizada em Washington/Estados Unidos. Ele já havia enviado uma Brasileira para lá e esta era a Diretora da Editora na cidade. Lancei o livro ...


Aceitei participar da coletânea - o conto “Um dia, o riso... O outro, a dor”, estava agora em um livro, Logos 2.


O lançamento era um presente de Deus a mim, exatamente na véspera do meu aniversário. tanto pedi, aconteceu... Portanto tome  muito cuidado com o que fala e pede a Deus, se é de coração, ele escuta e atende.
Lancei o livro dia 21/12/1995, terminado o lançamento era meu aniversário, fomos todos comemorar em um restaurante. Lembrando que lançar uma Coletânea naquele tempo, era o mesmo que um escritor emergente, lançar um livro só dele.


Fotos Universidade Católica da Bahia – 1995
Lançamento LOGOS.

Eu e José Vivaldo (esposo)
Professor  Germano Machado
Paulo Britto (genro do Professor).
Minha filha Priscilla


Minhas Irmãs: Nadja Denise, Rosagela Silva e minha filha Priscilla (foto 1)
Eu, o Professor e Vivaldo (Foto 2)
Amigos e funcionários da Editora. Weber, (ultimo a esquerda escritor também).

Olha meu público de leitores - 10 pessoas na fila, meus convidados, rs,rs,rs.
Mas no geral muitas pessoas prestigiando os demais escritores.
Depois do lançamento-
Meu aniversário de 28 anos- Concretizei o meu desejo ter um livro lançado.


Agora o desfecho...

Não aceitei a proposta do Professor Germano Machado, de ficar em Salvador, 109 kms de distância de Feira, cidade que eu morava com minha família. Não pretendia ir para Salvador, nem depois para Seattle, deixando minha filha e meu marido aqui no Brasil.
Sem saber adiei um sonho que só acabou sendo realizado, muitos anos depois...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

4ª POSTAGEM

Prezados Leitores,

O ideal de embrenhar no mundo das letras tocou tão forte em mim, que era meu combustível para viver em toda a minha adolescência, muito magra, aparelho nos dentes. Com todos os probleminhas comuns nesta idade, mas sempre escrevendo e sonhando ter meus livros editados.
Vou continuar minha estória, vocês não perderão a continuação dela...

Mas vou dar uma pausa, para mostrar-lhe um conto que adorei escrever.

Queria aqui ressaltar uma coisa – Existe um sentimento que ninguém pode tirar de nós, O AMOR, outros sentimentos, se provocados, podem gerar muitos outros, mas o amor é o mais incorruptível deles, se for de verdade, as pessoas transformam qualquer situação por causa dele.
Também ninguém nós tira, a fé e a nossa habilidade de adquirir conhecimento, esta pessoa precisara passar primeiro pelas nossas emoções. Ninguém conseguiu isso, me fazer desistir.
E foi isto que tive sempre, muita fé, coloquei amor em tudo que escrevi e foi adquirindo conhecimento para escrever cada dia, com mais emoção. 

A PAUSA È PARA ORDENAR AS FOTOS DO GRANDE LANÇAMENTO EM 1995. Precisam ver as fotos, estou escaneando. POSTAREI EM BREVE.


“A VERDADEIRA ESTÓRIA DO SOL E DA LUA”.


                        
Existia um tempo em que às pessoas eram mais crédulas e tementes a Deus, sem que ele precisasse provar sua existência. Fieis em seu sentimento e de completa sensibilidade eram capazes de identificar o humor de Deus em tudo o que acontecia. Se o vento soprava rasteiro e a brisa era amena, Deus estava calmo; se a ventania era forte, Ele estava nervoso... Mas se chovia torrencialmente, raios e trovões rachavam o céu, Deus estava furioso, com as maldades e pecados do mundo.
Acreditava-se na maldade e na bondade, afinal eram humanos habitando a terra, sujeitos a sucumbir aos seus desejos e suas paixões, sua fraqueza e as tentações. Jesus Cristo foi tentado, Adão e Eva sucumbiram aos desejos, pecaram, mas foram punidos. Nos tempos atuais, ninguém acredita em punição. Não sentem mais que a mesma mão que afaga, é a mesma que sentencia; não crêem que Deus revolta-se com os seus. Olha que ele tenta falar de sua insatisfação ao mundo, as pessoas apressadas não prestam atenção. Casos dos furacões, chuva em horário de verão, desabamentos, mar invadindo a terra...
As pessoas que morriam ficavam encantadas em estrelas lá no céu, são como milhões de olhos observando lá de cima. Recebiam a lição de ficar olhando os seus semelhantes em seus erros, falhas, seus desencontros, fraquezas. Para um dia voltar e com tudo o que aprendeu não mais errar. E crescer melhorando seu comportamento, ao desencantar-se. Caso dos seres que habitam a terra que de tão humildes, inteligentes e humanos nos fazem perguntar como podem ter nascidos tão purificados e com tantos valores.
A noite eles vigiavam o mundo e tinha como conselheira a Lua, eram quando os casais retornavam do trabalho, as famílias se reunião com os filhos. Durante o dia seus olhinhos descansavam. Era quando o Sol observava a tudo e ao despedir-se da terra aos finais de tarde relatava a Lua, o acontecido.
Mas aconteceu um fato que modificou toda uma estória... O observador passou a ser observado, quem não tinha culpas, começou a cometer erros, quem devia ensinar, precisou aprender. 



Dizem que o Sol era um rapaz bonito e namorador, um astro criado por Deus, um homem encantado. Quando ao cair da tarde, deixava de iluminar a terra e aquecer as águas, transformava-se num rapaz garboso e galante!
Descia a terra e namorava as jovens mais belas da cidade, não tinha uma que ele não olhasse e que não se enamorasse por ele. Assim ficava todas as noites namorando e só ia para o céu ao amanhecer.
As jovens que o conhecia ficavam ao cair da tarde olhando o céu tentando saber se voltaria ao seu abraço.
Nessas idas e vindas a terra, acabou apaixonando-se por uma moça diferente de todas as outras que já conhecera. Uma jovem de beleza semelhante a sua e de uma pureza que o fez ficar tão enamorado, que já não conseguia mais ficar no céu durante todo o dia. Queria descer para vê-la antes do entardecer, mas não podia.

O tempo foi passando e o Sol estava cada dia mais envolvido, um dia tomado de paixão, não agüentou e desceu a terra abandonando o céu em plena manhã. O mundo conheceu a escuridão em pleno dia. O dia virou noite e todos ficaram espantados! Com medo, será que era a revolta do criador...
Foi quando o Sol foi procurado pela Lua, que sabia onde ele brilhava agora...
O Sol fugiu com a moça, só que ele levava uma grande luz com ele, o motivo de não conseguir se esconder.
A jovem ficou grávida e quando a Lua conseguiu os encontrar, convenceu o Sol a voltar ao céu. Voltou. Prometeu a moça que retornaria quando seu filho nascesse.
O Criador sabia que se deixasse que o Sol visse sua namorada novamente, cairia em tentação...
Para que não mais se encontrassem...
Quando a filha do Sol nasceu, o Criador colocou o espírito da menina encantado nas águas. Sua mãe para que o Sol nunca mais a visse, ficou encantada na Lua, assim poderia olhar sua filha todas as noites.
O Sol aquecia a filha todos os dias e despedia-se ao cair da tarde.
Assim o Sol nasce e quando vai embora, nasce a Lua, eles nunca se encontram. Mas sabe notícias, um do outro, pela filha que mora nas águas.

O amor não envelhece... O Criador se compadece, acontece o encontro...
O Sol ilumina a sua amada Lua. Acontece duas vezes ao ano... O Sol aprendeu a esperar, um corpo entra na sombra do outro, duram alguns minutos...
Continuam apaixonados... O amor resiste a tudo, ao tempo, aos desencontros, a ausência... Espera até o eclipse chegar.


Janduí Silva Macedo

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

3ª POSTAGEM

Prezados Leitores,

Descoberta a vontade de escrever, a minha pretensão era muito pequena. Queria ter livros escritos que meus amigos pudessem ler. Comecei a comprar inúmeros cadernos, escrevia romances e presenteava meus parentes e amigos. Perdia noites lendo todos os livros que pudesse pegar emprestado da biblioteca da escola.
Chamei a atenção de minha mãe, que acordava a noite, madrugada e sempre me encontrava lendo.
Minha mãe andou comigo a procura de várias Editoras, só que nenhuma lançava autor iniciante. A que encontramos que fazia Antologias cobrava muito caro. Editar um livro em 1982, impossível, desistimos...
Continuei escrevendo, o plano teve que ser adiado. Tornar-me uma escritora voltou a ser novamente, apenas sonho. 
Continuei escrevendo, estava com 17 anos. 
Até o dia que sonhei uma coisa diferente. Fato que relato no livro –
“ As Andanças do Velho Amadeu”,  livro lançado em 2006.

Nota da Autora


Quando era mocinha, sempre me guiava pelo vento. A forma como ele soprava me dizia se os meses iam ser difíceis ou menos turbulentos. Sentada na escada de minha casa, o sentia e sempre conseguia decifrar o que tinha a me dizer. O vento conversava comigo.
Depois que completei vinte e cinco anos, quando o ideal de ser escritora ficou mais forte dentro de mim, tive uma visão... Estava em uma estrada com muitas árvores em volta, e estava contrária ao vento, ele soprou tão forte, que levava meus cabelos, batendo no meu rosto. Lhe perguntei - Eu vou conseguir ser uma escritora?
 Eu o ouvi nitidamente responder a minha pergunta:
Respondeu como uma ventania:
– Vai conseguir! Vai conseguir!
Ainda converso com o vento e ele me responde...
Hoje sou uma escritora.

                            Janduí Macedo


                                                     Capa do livro
                                   No sonho, Eu quem percorria este caminho.

Depois que relatar o que de fato aconteceu, anos depois. Saberão por que EU acredito em MILAGRES, e escrevo sobre o tema.
Continuem acompanhando.

O MEU PRIMEIRO LANÇAMENTO.

CONTINUA...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

MEU PRIMEIRO CONTO - ANO 1992.

2ª POSTAGEM

Queridos Leitores,

Quero presentear vocês com o meu conto de estréia na literatura, no ano de 1992. Primeiro conto que escrevi, antes só escrevia romances, nem sabia ainda que tinha o talento da escrita. Esta foi a minha grande descoberta.
Este conto foi feito para uma amiga que não tinha uma boa redação e me pediu ajuda. Lembro bem, a Keith, que era minha vizinha, levou para a professora, como se fosse ela que o tivesse escrito. A professora achou que foi o melhor conto da sala, depois foi escolhido o melhor conto do instituto de ensino, por fim ficou exposto na Feira de Cultura, do colégio.
Foi a causa de não parar mais de escrever. 


UM DIA, O RISO... O OUTRO, A DOR”.


Viviam numa cidade duas pessoas de origem muito diferente. Um rico; um milionário, até avião tinha; outro tão pobre que vivia á beira da calçada.
Dr. Plínio, até o nome era de rico, soava assim... Plínio Albuquerque. E o pobre João, como milhões de Joões quaisquer.
João vivia dias e noites na porta da mansão de Plínio. Que rico e insensível, não deixava que nada de sua casa saísse para o pobre. Dizia ele: - Se esse mendigo for mal acostumado, não sairá mais de minha porta.
João era um homem que, além de pobre, era cínico, mesmo com as palavras sempre rudes que ouvia de Dr. Plínio e as negativas, quando lhe pedia algo. Mesmo assim não desistia. Toda vez que o via sair em sua limusine o assediava para pedir-lhe dinheiro, roupas. E comia de sua comida, dada pela sua empregada, às escondidas...
Ficava no muro de sua casa, pelas grades via a festa que dava, o tanto de gente que recebia. Tudo grandioso, comida á vontade. E ele se divertia, tentando se colocar no lugar de Dr. Plínio, no seu sonho, ele era rico.
Mas um bem chegado dia... Cansado de tanto negar, o doutor o serviu. Chamou-o em sua linda mansão... Deu-lhe umas roupas, dois pares de sapato usados mais em bom estado; algum dinheiro. João ficou feliz!
- Hoje você está com sorte, estou feliz! Ganhei uma fortuna no jogo, vou lhe dar um presente, dos bons – disse ele.

João pegou as roupas, comeu um apetitoso prato de comida na cozinha e se foi.
O pobre João teve um dia de lorde. Vestiu a camisa de linho bem talhada, a calça de terbrim; calçou os sapatos novos. Foi gastar o pouco dinheiro que tinha num bar.
As pessoas que não conheciam a origem do mendigo pensavam ser um ricaço que havia se perdido num boteco daquele.
- Compre um bilhete da loteca! Compre você pode ser o próximo ganhador, olha a loteca aí, loteca! – chegou no bar um cambista, vendo o homem bem vestido.
- Oh! Bacana, o senhor não quer comprar um? – perguntou.
João servindo-se de uma cerveja, falou: - Pra que vou querer um?
- Sei, bacana, dinheiro aí deve estar saindo pelo ladrão, mas... Um dinheirinho a mais sempre é bom. Toma, compra, só sobraram esses dois.
João pegou o bilhete, o dinheiro que tinha agora só dava para comprar um. Pegou e sem nem mesmo escolher o número pagou e enfiou no bolso.
João voltou á sua calçada. O Dr. Plínio continuava passando por ele, virava o rosto, como se nunca o tivesse visto antes.
Depois que os trocados que Dr. Plínio lhe deu acabou sua única esperança, era o bilhete que trazia sempre no bolso. Até que no sábado, veio a enorme surpresa... João ganhou uma grande bolada na loteca. Ficou rico, não como Dr. Plínio, mas, para quem já tinha conhecido a fome de perto, era demais.
Com o passar dos dias, João modificou toda a sua vida. Comprou uma casa enorme; reuniu vários mendigos e foram morar todos juntos.

Os anos se passaram e Dr. Plínio começou a falir; primeiro teve que vender sua empresa, depois seu avião por fim, seus automóveis. Também seu vício em jogo, foi o que mais o levou á ruína. Quando se deu conta, até sua casa tinha perdido. Seus lindos móveis, os donos de cassino vieram buscar.
Já velho, sem trabalho, sem casa e sem amigos. Foi procurar emprego.
Andou muito e já cansado e sem dinheiro; o que tinha só dava para passar mais uns três dias. Viu uma placa, numa rua “Se precisa de ajuda, emprego, abrigo ou conselhos, estamos aqui para servir!...”
Tocou a sineta e foi atendido por um homem vestido simplesmente. Era o João; ele não o reconheceu, afinal não olhava na cara de ninguém que não o interessasse, mas o João o reconheceu na hora.
- Dr. Plínio, é o senhor mesmo?- falou com alegria – É o senhor Doutor?- voltou a perguntar.
Envergonhado Dr. Plínio falou:- Pode tirar o Doutor, agora sou apenas o Plínio, sem dinheiro e sem amigos. Estou procurando emprego.
João abriu a boca de espanto. - Você trabalha aqui, sabe se tem vaga?- perguntou Plínio.
- Não tem vaga, mas se quiser entrar, vamos - entreabriu o portão.
Ele continuou – Eu estou precisando de emprego, de onde morar...
- O que? O senhor não mora mais naquela mansão?- perguntou surpreso.
- Não, eu perdi tudo.
Olhou a enorme casa - É que, quem sabe eu falando com o dono. Ele me arranja um emprego, eu tenho necessidade de conseguir algo para fazer.
- O dono sou eu - falou João.
Dr. Plínio parou, ficou mudo alguns instantes - Então eu vou voltar daqui mesmo. Imagine se você me arranjaria algo, depois de tudo que eu lhe fiz.
- De jeito nenhum, pode ficar e como meu convidado.
- Mesmo depois de tudo que lhe fiz?
- Eu... Julgar-lhe, está brincando. O senhor já vai ser julgado por Deus, lá em cima - apontou para o céu - Quem sou eu para julgá-lo primeiro que Deus?!
João mostrou ao Plínio o que havia montado; um centro para pessoas que viviam na rua. Todos trabalhavam e se mantinham. Aprendiam uma profissão. Ele dava moradia, medicamentos e tudo o que mais precisassem.
Você não tem medo que seu dinheiro acabe você dando a todos esses necessitados?- perguntou Dr. Plínio.
João sorriu:- Para mim que já passei fome e miséria, é o melhor que posso fazer. Para quem já viveu como eu vivi, isso aqui é o paraíso. Para o Senhor é diferente, acostumado com carros, avião. Não dava nada a ninguém com medo de perder e acabou perdendo tudo. Agora estar aqui, passar a conviver com mendigos, para o Senhor vai ser uma tortura. Mas vou lhe confessar, não tenho medo não. Agora sei de uma coisa; estando o Senhor aqui, tenha medo o Senhor de meu dinheiro acabar, pois sua mansão não vai estar lhe esperando, se isso lhe acontecer, mas, aquela calçada em frente á sua casa, com certeza vai estar lá... Me esperando.

Janduí Macedo